segunda-feira, 11 de maio de 2009

Ta com sede?

Muitas vezes pensamos como somos, ou eu penso como sou, e como todos são. Todos nós temos uma certa parcialidade em relação a nós mesmos e eu tomo agora a autoridade para falar por todos nós... Todos nós temos fome, sede, frio, calor, agonia, felicidade etecetara e tal, todos temos pessoas ao nosso lado (ou deveríamos ter) que fazem a vida que temos ter algum valor, é nas pessoas que estão ao nosso lado que encontramos o nosso caminho.

Ninguém constroi uma casa para viver sozinho nela, ninguém compra um carro para andar sozinho nele, mas várias pessoas compram mansões para morar e jatinhos para passear. Tire tudo isso, ninguém no final da vida numa cama de hospital se arrepende por não ter investido na bolsa de valores, ter comprado um carro zero ou uma corbetura, muitos choram tristes por não ter quem lhe afague a cabeça nos últimos suspiros, por não ter alguém para desabafar suas angústias ou por ter ao seu lado na cama alguém que realmente se importe - se bem que no último caso provavelmente a recíproca é verdadeira.

Ter é muito bom, ter uma casa, um carro, ter poder (?), ter o que comer, o que vestir, o que beber. Ter é muito bom. Mas não é a melhor coisa do mundo.

O que temos realmente? O que é realmente nosso? O que é meu é seu também? O que é seu é meu também? Se o que é meu é seu, o que tenho é nosso, se o que é seu é meu, o que tu tens é nosso e o que é nosso não é de mais ninguém.

Mas até que ponto o que tenho é meu e o que tens é teu? Até que ponto temos o poder sobre o que teoricamente temos?

Como um prisioneiro que se orgulha por possuir uma cela grande, iludindo-se por liberto, nos todos pensamos possuir as coisas quando na verdade elas nos possuem.

Não temos o controle das coisas que iludimos possuir, nos aproveitamos dela mas nada nos garante que são realmente nossas.